O material demonstrava, entre outras coisas, que o bilionário estava por trás de diversos movimentos nas sociedades ocidentais, visando atacar sobretudo os conservadores. Nos Estados Unidos, milhares de pessoas assinaram uma petição no Change.org, pedindo que o presidente Donald Trump impedisse o bilionário e sua Open Society Foundations de operar em território americano.
Entre as muitas acusações estava a de que ele gasta fortunas para tentar mudar – pela aprovação de leis e pela imprensa – a ideia da população sobre temas como aborto, ateísmo, legalização das drogas, educação sexual, eutanásia, feminismo, controle de armas, e a imigração em massa. Sua Open Society promove também experiências diversas em engenharia social.
Segundo o especialista do Instituto de Estudos Estratégicos Igor Pshenichnikov, essa agenda é global. “Em seu livro ‘A Era da Falibilidade’, Soros admite que seu objetivo principal é criar um mundo sem fronteiras, onde todos sejam iguais e livres, onde os interesses de todas as minorias, especialmente as sexuais, não só são garantidos por meio de legislação, mas prevalecem sobre os interesses da maioria”.
Ainda segundo Pshenichnikov, Soros é o grande entusiasta de uma ideologia de gênero “carregada nas profundezas do movimento feminista e que hoje se tornou um fundamento sócio-político da sociedade ocidental”.
O especialista aponta que a agenda programática desse movimento inclui a “depatogenização de identidades sexuais e de gênero, juntamente com estratégias para descriminalizar a prostituição e reconhecer legalmente a transexualidade como uma norma psiquiátrica”.
Tudo isso é feito com um trabalho constante junto à Organização Mundial da Saúde, onde ele “tentou mudar as classificações internacionais existentes de transtornos sexuais para que os postulados da ‘ideologia de gênero’ pudessem ser justificados cientificamente”.
Em um texto publicado recentemente no site da Open Society, divulgado no Twitter oficial de Soros, ele lamenta o crescimento na América Latina do “movimento conservador”.
Para Soros, essa é “uma ideologia falsa”, que se opõe ao conceito “libertador da ideologia do gênero”. Quem são os culpados? Sobretudo os cristãos, que “procuram benefícios religiosos”. Por isso, argumenta, é preciso um acirramento de posições em 2018.
Ele aponta para a América Latina como seu alvo, citando o Brasil como exemplo de onde ele e seu movimento lutam pela legalização do aborto e do casamento gay, além da garantia dos “direitos LGBT” e das conquistas do feminismo.
Com um escritório aberto no Rio de Janeiro, em 2014, o diretor da Open Society na América Latina é o brasileiro Pedro Abramovay, filiado ao PT e que trabalhou no governo Lula. No ano passado foram US$ 34 milhões de dólares para projetos parceiros em vários países latino-americanos.