[NOTÍCIAS DA IGREJA]
Por Pe. Javier S. Martínez — A educação litúrgica exige que se recordem às vezes coisas que se dão por sabidas. A Comunhão na mão é permitida a todo aquele que assim deseja comungar, de acordo com nossa Conferência Episcopal, que o solicitou à Santa Sé.
Como se comunga na mão? Temos de conhecer primeiro as disposições requeridas pela Igreja para que assim se comungue, visto que em muitas ocasiões os fiéis o fazem mal e de forma completamente desrespeitosa.
Deve-se ter cuidado com a dignidade do gesto, sem negar a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, como se se tratasse de um simples pedaço de pão que pode ser recebido de qualquer forma:
Portanto, com relação a este modo de comungar em particular, deve-se dar cuidadosa atenção a algumas coisas que a própria experiência aconselha. Todas as vezes que a sagrada espécie for colocada sobre a mão do comungante, deve-se ter sempre atenção e cuidado, tanto da parte do ministro quanto do fiel, sobretudo quanto aos fragmentos que porventura caírem da hóstia. É necessário que a prática da Comunhão na mão venha acompanhada de instrução oportuna ou catequese sobre a doutrina católica referente tanto à presença real e permanente de Cristo sob as espécies eucarísticas quanto à reverência devida a este sacramento [1].
Os fiéis, ao comungarem na mão, e os ministros, ao distribuírem a sagrada Comunhão na mão, devem conhecer e respeitar as determinações da Igreja, a fim de salvaguardar o respeito e a adoração ao Senhor realmente presente. Por isto, todos têm de observar cuidadosamente o seguinte:
Parece útil chamar a atenção para os seguintes pontos:
1. A Comunhão na mão deve manifestar, tanto quanto a Comunhão recebida na boca, o respeito para com a real presença de Cristo na Eucaristia. Por isso, será preciso insistir, como faziam os Padres da Igreja, sobre a nobreza dos gestos dos fiéis. Assim, os recém batizados do fim do século IV recebiam a norma de estender as duas mãos fazendo “com a esquerda um trono para a direita, pois esta devia receber o Rei” (5.ª Catequese Mistagógica, n. 21, PG 33, 1125; S. João Crisóstomo, Hom. 47, PG 63, 898, etc.).
2. Seguindo ainda os Padres, será preciso insistir sobre o “Amém” que o fiel diz em resposta às palavras do ministro: “O Corpo de Cristo”. Este “Amém” deve ser a afirmação da fé: “Quando pedes a Comunhão, o sacerdote te diz: “O Corpo de Cristo”, e tu dizes: “Amém”, “é isto mesmo”; o que a língua confessa, conserve-o o afeto” (S. Ambrósio, De Sacramentis, 4, 25).
3. O fiel que recebe a Eucaristia na mão, levá-la-á à boca antes de voltar ao seu lugar; apenas se afastará, ficando voltado para o altar, a fim de permitir que se aproxime aquele que o segue.
4. É da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, que é a Comunhão com o Corpo de Cristo e com a Igreja. Eis porque o fiel não deve ele mesmo retirar a partícula de uma bandeja ou de uma cesta, como o faria se se tratasse de pão comum ou mesmo de pão bento, mas ele estende as mãos para receber a partícula do ministro da Comunhão.
5. Recomendar-se-á a todos, especialmente às crianças, a limpeza das mãos, em respeito à Eucaristia.
6. Será preciso previamente ministrar aos fiéis uma catequese do rito, insistir sobre os sentimentos de adoração e a atitude de respeito que se exige (cf. Dominicæ Cœnæ, n. 11). Recomendar-se-lhes-á que cuidem de que não se percam fragmentos de pão consagrado (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, 2 mai. 1972, Prot. n. 89/71, em Notitiæ 1972, p. 227) [3].
7. Os fiéis jamais serão obrigados a adotar a prática da comunhão na mão; ao contrário, ficarão plenamente livres para comungar de um ou de outro modo.
Essas normas e as que foram recomendadas pelos documentos da Sé Apostólica atrás citados têm por finalidade lembrar o dever do respeito para com a Eucaristia independentemente do modo como se recebe a Comunhão.
Insistam os pastores de almas não só sobre as disposições necessárias para a recepção frutuosa da Comunhão, que, em certos casos, exige o recurso ao sacramento da Penitência; recomendem também a atitude exterior de respeito que, em seu conjunto, deve exprimir a fé do cristão na Eucaristia.
Ao distribuir a sagrada Comunhão na mão, o ministro deve ter o cuidado de que o comungante a receba dignamente, pondo as mãos em forma de cruz, à espera de que sobre elas o ministro coloque a sagrada hóstia, que será consumida diante dele. Evitar-se-á deste modo todo perigo de profanação ou sacrilégio: “Ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão” [4].
Como devemos, em resumo, aproximar-nos da sagrada Comunhão? Como se deve comungar?
Se queres, pois, entender o Corpo de Cristo, ouve o que diz o Apóstolo aos fiéis: “Ora, vós sois o Corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros” (1Cor 12, 27). Se vós, portanto, sois o Corpo de Cristo e membros seus, o vosso mistério está posto na mesa do Senhor: é o vosso mistério o que recebeis. Respondeis “Amém” ao que sois e, respondendo, o confirmais. Escutas, pois, “O Corpo de Cristo” e respondes “Amém”. Sê membro do Corpo de Cristo, para que o teu “Amém” seja verdadeiro [5].
Veneremo-lo [o Corpo de Cristo] com toda pureza de corpo e de alma. Aproximemo-nos dele com um ardente desejo e, pondo as mãos em forma de cruz, recebamos o Corpo do Crucificado [6].
Fonte: InfoCatolica.com | Tradução e adaptação: Equipe CNP
Fonte: https://padrepauloricardo.org/blog/como-comungar-na-mao